* Gisele Scalo
Porém, ao mesmo tempo, as mulheres têm um grande potencial a ser aproveitado na área de TI. Ainda que o número seja reduzido daquelas que trabalham diretamente com tecnologia, vemos um crescimento no volume de posições de chefia pelo público feminino. De acordo com a Credit Suisse Research Institute, 20,1% de todos os integrantes de diretorias no setor global de TI, em 2021, eram mulheres, uma tendência que certamente envolve o cenário nacional.
O desafio é de aumentar o interesse das mulheres pelas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), e uma saída pode ser o incentivo ao público feminino de outras áreas a atuarem no setor. Nesse contexto, hoje devemos dar um passo além da colaboração. Nós precisamos fazer mudanças em nossas bases que sejam consistentes para promover a liderança feminina.
As agendas de abertura de oportunidades para as mulheres devem andar paralelamente. Enquanto vemos um dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, acordada pelos países da ONU, mirarem na inserção de mais mulheres em atividades STEM, as empresas devem olhar para os profissionais, independente da área, para ampliar a presença feminina no setor.
Não devemos esperar que a incorporação de mulheres em cargos executivos seja imposta por regulamentos. Pelo contrário, que sejamos capazes de abrir o diálogo, visualizar oportunidades e proporcionar um desenvolvimento de carreira equitativo, baseado na valorização das competências e habilidades dos colaboradores.
Para que tudo isso não seja um modismo e, de fato, as práticas mudem nossas bases, é fundamental trabalhar de forma abrangente para acabar com o estereótipo de que existem carreiras para homens e mulheres. A educação deve ser transversal e, do setor privado ao qual pertenço, como mulher que ocupa um cargo de liderança no setor de tecnologia, minha orientação é que devemos trabalhar em iniciativas que nos permitam aproximar nossa experiência.
No Dia Internacional da Mulher, quero convidar mais uma vez os setores público e privado a se comprometerem com o desenvolvimento de programas que, ano após ano, aumentem o ingresso de mulheres no setor de tecnologia e estimulem o pensamento analítico e o uso de tecnologias em seus anos escolares.
Fizemos progressos consideráveis em políticas para fomentar a equidade de gênero, a flexibilidade e o desenvolvimento das mulheres no mercado. As políticas existem, as oportunidades também, só precisamos que mais mulheres estejam prontas para essa “quebra de estereótipos” e acreditem firmemente que “tudo podemos”.
*Gisele Scalo
Diretora de Recursos Humanos da SONDA Brasil
Com experiência em sistemas avançados de mobilidade urbana, a empresa traz ao Brasil soluções que priorizam o usuário e melhoram o fluxo urbano.
Na SONDA seguimos apostando em acompanhar jovens mulheres que buscam se inserir no caminho da tecnologia.
Integradora traz sua experiência já consolidada no México para mirar em grandes centros urbanos brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro. Empresa tem a meta de apoiar a modernização do transporte público com foco em eficiência e experiência do usuário